Dobrei a tristeza
E arrumei-a lá bem no fundo
Mesmo ao lado
Das ilusões. Das desilusões. E das agruras da vida
Meti-as na mala
Para que não me esquecesse
Do mal que me fizeram...
Fui buscar também os sonhos
Que ainda me restavam
E arrumei-os na bolsa de fora
Para estarem mais à mão
No acaso de se virem a realizar
Mera fantasia...
Ainda havia muito espaço
Na minha mala de viagem
Por isso
Também lá meti as saudades
Que me chegaram
Com o vazio deixado
Por alguém muito querido
Só faltava a esperança
Que tinha perdido algures
Entre o sonho e a realidade
Mas que me apareceu de novo
Assim como que por magia...
Quando já não a esperava
Arrumei-a com cuidado
Para que não se amarrotasse
Juntei as promessas todas
E misturei-as com as mentiras
Que me ofereceram um dia
Meti tudo no mesmo saco
Que não meti na mala...
Deitei-o fora!
Sentada na paragem deserta
E enquanto espero pelo autocarro
Que tarda...
Faço contas à vida
Do que já passou
E do resto
Daquele que ainda me falta...
Somo tudo
E já é menos de
metade...
(C.)
3 comentários:
Ou melhor,falta pouco menos de metade...Tanto tempo!!!
Um abraço enorme para si e para a sua C.
Esse específico "menos de metade", às vezes é muito e outras vezes é pouco.
O medo do fim não me assusta.
Só me assustam as consequências que isso podia ter nos meus amados maracujás e no meu amado beija-flor.
Bonito, muito bonito ( aquela riqueza que se calhar é dever partilhar, não C ?).
Mas como eternizou o Sérgio, temos apenas que saber que "...hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas" e há que ter sabedoria para a viver, pois que "nobre e grande, é sempre viver, simplesmente " ( F.P.).
Bj.
C. ( EN)
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