No meio de uma pradaria africana, entre dois grupos de girafas que se cruzaram, duas passaram distraidamente uma pela outra. De repente, metros adiante, estancaram.
Seus longos pescoços giraram cento e oitenta graus, os olhos cravaram-se. Seus corações bateram forte e descompassadamente. Num átomo de segundo, compreenderam ter encontrado a metade da girafa que lhes faltava.
A partir daquele momento mágico, Giravaldo e Girafélia, sempre de pescoços dados, passaram a trotear juntos pela mata.
Seus longos pescoços giraram cento e oitenta graus, os olhos cravaram-se. Seus corações bateram forte e descompassadamente. Num átomo de segundo, compreenderam ter encontrado a metade da girafa que lhes faltava.
A partir daquele momento mágico, Giravaldo e Girafélia, sempre de pescoços dados, passaram a trotear juntos pela mata.
Seus cérebros girafáticos projetaram uma feliz vida em comum. Entre outras coisas, um casal de girafinhas passou a fazer parte de seus planos.
Tudo caminhava bem, quando certo dia um grupo de caçadores, invadindo a pradaria, levou diversas girafas para países longínquos, entre elas Girafélia.
Tudo caminhava bem, quando certo dia um grupo de caçadores, invadindo a pradaria, levou diversas girafas para países longínquos, entre elas Girafélia.
Sem a companheira, Giravaldo entrou em depressão e deu-se à bebida, tornou-se um giralcoólico.
Somente com muita dedicação a A.G.A. – Associação das Girafas Alcoólatras – conseguiu reverter o seu quadro. No entanto, a tristeza jamais abandonaria o desditoso girafo.
Por seu lado, Girafélia, num grande circo, fazia uma série de números: subia e descia escadas, rodava bolas pelo pescoço e outros tantos que lhe ensinaram.
Somente com muita dedicação a A.G.A. – Associação das Girafas Alcoólatras – conseguiu reverter o seu quadro. No entanto, a tristeza jamais abandonaria o desditoso girafo.
Por seu lado, Girafélia, num grande circo, fazia uma série de números: subia e descia escadas, rodava bolas pelo pescoço e outros tantos que lhe ensinaram.
Anos se passaram.
Girafélia, agora já velha, deixara de fazer o exigido.
Em seu giro pelo continente africano, como algo descartável e sem valia alguma, a velha Girafélia foi deixada numa reserva ecológica pelos homens do circo.
Em seu giro pelo continente africano, como algo descartável e sem valia alguma, a velha Girafélia foi deixada numa reserva ecológica pelos homens do circo.
Meses antes, Giravaldo tivera o mesmo destino.
Encontraram-se.
Seus olhos cansados cravaram-se, reconheceram-se.
Seus olhos cansados cravaram-se, reconheceram-se.
Os seus corações voltaram a bater, não com o mesmo ímpeto de outrora, agora mais devagarinho.
Mas, de toda a forma, a vida acabou por lhes proporcionar a tão ensejada união.
Ao alcance de um pescoço...
4 comentários:
Uma girafa bebé e outra feita pela mão de um menino é sempre algo extraordinário, pois nenhum adulto consegue ser artista suficientemnte naïf para fazer uma girafa que come estrelas.
Parabéns pelo texto e pelos desenhos.
BJ.
Este é o blog das minhas coisas favoritas... acertam sempre... jarros, girafas...
Abraços da Princesa Pat
É linda a história do Giravaldo e da Girafélia!
A idade não conta nestas coisas, mesmo para os corações das girafas.
Não sei porquê, a parte final fez-me lembrar ... o Cartaxo.
Bjs
F.S.
Deus sabe quantos Cartaxos estão reservados e para quem.
Um beijo para todos em especial para a F.S.
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