Eu sou esse pedaço de mar.
Eu sou essa água que desce às profundezas,
das sombras milenares.
Sempre estive aí, adormecida.
A prolongar os enigmas, dos rochedos
aveludados de verdes plumas.
A envolver-me nas geadas das vagas luminosas.
A ouvir as vozes das águas.
E quando uma ilha brilhou ao longe parti
à procura do luar salgado.
Quando cheguei o mar sabia a saudade.
A barca estava desolada e coberta de limos.
A lua já tinha ido visitar outro sonho.
Perdida fiquei no pórtico das horas.
Adivinhando uma eternidade silenciosa.
9 comentários:
Lindo! Lindo!
Linda a foto. Lindo o texto.
Parabéns.
A fotografia - além do mais, é claro - é uma coisa lindíssima, fabulosa.
Arrepiantes "O pórtico das horas" e a "Barca de Águas Felizes".
Saudades
F.S.
Linda foto Passi. Lindo texto.
Até breve D.
O texto está lindo. A fotografia sublime. Quem é o autor?
Boa combinação.
Toda a gente já se referiu à beleza da fotografia.
Amarante até parece bonita. Esta última parte é provocação.
Uma beijola.
Amarante é bonita. Não parece que é. Claro que me estou a referir ao centro histórico porque os arrabaldes estão feitos num oito, ou num caco, se preferirem.
E ainda quero saber a autoria da fotografia.
Bjs
Alguns arrabaldes estão feitos nun caco. O meu arrabalde é muito bonito e invulgar, e digno de ser visto.
A foto não é minha. Mas o seu autor permitiu-me o acesso.
Acredito, Passiflora, que o seu arrabalde seja excepção. Também considero o meu arrabalde da Barca uma excepção. E haverá outras excepções. Mas não passam disso mesmo, excepções.
Ora no centro acontece exactamente o contrário e as excepções são, felizmente, as aberrações.
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