terça-feira, 19 de agosto de 2008

Imagens fugitivas.



Evadir-me, esquecer-me, regressar
À fescura das coisas vegetais,
Ao verde flutuante dos pinhais
Percorridos de seivas virginais
E ao grande vento límpido do mar.

As imagens transbordam fugitivas
E estamos nus em frente às coisas vivas.
Que presença jamais pode cumprir
O impulso que há em nós, interminável,
De tudo ser e em cada flor florir?

Sophia de Mello Breyner Andresen, Dia do Mar

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