segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Galeria. Retrato n.º 5. Ana
Evocação de memórias.
Curtos flashes.
Olhares de rua.
Olhares nas telas.
Um frente a frente
Lá muito atrás.
A memória a revolver-se activa
A reinventar-se
A reinscrever-se.
Os fios a entretecerem-se.
Vejo-a!
Uma Eva de aparência
Doce
Pacífica
Peremptória.
Rejeitando um paraíso de porcelana
Redondo
Ilusório
Cabalístico.
Rejeitando um paraíso
Onde o pecado não foi concebido.
E a humanidade
Não escolheu a liberdade.
Uma Eva que vê
Com os seus olhos
A génese das religiões
O inicio da tempestade
Que deslumbrou o Homem
Em mágicas sem transgressão.
Uma Eva que vê o embuste
Na leitura das linhas da mão
Nas histórias contadas
Sem a clareza das razões
Nos homens jogados fantoches
Contra o muro das lamentações!
A imensa tempestade
Que não pára.
Não dá trégua.
É a Visão da visão
Que teima em semear
Entre os homens
A auto-destruição.
A Ana de olhos brancos
E cabelos dourados
Ama a transgressão
Íntima
Silenciosa.
Os frutos suculentos
Carnudos.
A transparência dos afectos.
Ela sabe
Que não há povos escolhidos
Paraísos perdidos
Animais preteridos
Frutos banidos!
A Ana guarda-se
Resguarda-se
Intimiza-se
A reinventar os caminhos
Que nos deram a liberdade
Que nos fazem Humanidade…
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