Estou na janela verde de minha casa.
Ao longe
O navio no mar transparece
O linho no seu porão
O azul do mar levanta-se sombra
Do azul das flores do linho.
Vejo o campo de flores azuis do linho
Estende-se azul e palha ao infinito.
Entre o verde janela e o infinito
Há um flutuar ondulado
Que em sussurro se abandona ao azul céu.
Eu estou no meio do campo
Num vestido de puro linho
E o meu vestido passa por dentro dos caules floridos
E a minha pele arranha-se
No trigueiro roçagar das fibras vegetais.
Sinto a frescura do vento matinal
Sacudir o orvalho dos caules coloridos
Sinto ser flor azul e verde janela.
Estou na janela verde de minha casa.
Não sou o mar
Nem sou o céu
Não sou azul flor
Nem verde janela
Sou aquela que tem o olhar na janela...
4 comentários:
Bonito, leve, profundo.
A poesia anda à solta neste mês de Agosto. A janela, o mar, os campos de linho, o verde da janela. E o olhar na janela.
Bonito.
Obrigada jota cê. Ele há dias...
Como sou muitíssimo inteligente, posso concluir que, a menina está à janela!
Uma beijola
Maravilhosa janela, com texto a competir na beleza.
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