sexta-feira, 26 de setembro de 2008

No meu cais


Espero-te no meu cais, vestido a rigor,
de verde mar incendiado,
de anil cor do fogo que aquela água apaga.
Imagino que tu vens vestida de névoa cambraia
Sem rosto, sem mosto,
apenas com o sabor a mel selvagem
que a abelha mais obreira do teu recanto
foi capaz de retirar da mais doce aragem,
feito do ar puro que de ti brota,
que em mim repousa...
Não sei se vens por bem,
Se vens por mal entendidos.
Só me resta esperar
o imponderável,
o cheiro a livros e a casa de bonecas,
a sombra da alfazema e da madressilva,
a barca que me há-de fazer chegar notícias de ti.
Estou aqui sentado na madeira do cais.
Só para que conste, não saio daqui sem tu chegares,
mesmo que nunca chegues a chegar...

5 comentários:

alfazema disse...

Maravilhoso.
Há um livro em branco à espera destes estes textos/versos, profundamente sentidos por quem os lê, e possam ser prazer de toda um ageração como a sua ou como a minha.
Parabéns.

Anónimo disse...

Belo texto.
F

Anónimo disse...

Lindíssimo poema de amor e eternidade.
Felizarda a musa inspiradora (houve/há, não ?)

Bj.
C(EN)

Guilherme Salem disse...

O cais...cais teu, meu, nosso, de quem souber nele aportar.

Anónimo disse...

F A B U L O S O
Escrevam os dois uma história a 4 mãos, ok????