Espero-te no meu cais, vestido a rigor,
de verde mar incendiado,
de anil cor do fogo que aquela água apaga.
Imagino que tu vens vestida de névoa cambraia
Sem rosto, sem mosto,
apenas com o sabor a mel selvagem
que a abelha mais obreira do teu recanto
foi capaz de retirar da mais doce aragem,
feito do ar puro que de ti brota,
que em mim repousa...
Não sei se vens por bem,
Se vens por mal entendidos.
Só me resta esperar
o imponderável,
o cheiro a livros e a casa de bonecas,
a sombra da alfazema e da madressilva,
a barca que me há-de fazer chegar notícias de ti.
Estou aqui sentado na madeira do cais.
Só para que conste, não saio daqui sem tu chegares,
mesmo que nunca chegues a chegar...
5 comentários:
Maravilhoso.
Há um livro em branco à espera destes estes textos/versos, profundamente sentidos por quem os lê, e possam ser prazer de toda um ageração como a sua ou como a minha.
Parabéns.
Belo texto.
F
Lindíssimo poema de amor e eternidade.
Felizarda a musa inspiradora (houve/há, não ?)
Bj.
C(EN)
O cais...cais teu, meu, nosso, de quem souber nele aportar.
F A B U L O S O
Escrevam os dois uma história a 4 mãos, ok????
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