Quem bate à minha porta não me busca.
Procura sempre aquele que não sou
e, vulto imóvel atrás de qualquer muro,
é meu sósia ou meu clone, em mim oculto.
Que saiba quem me busca e não me encontra:
sou aquele que está além de mim,
sombra que bebe o sol, angra e laguna
unidos na quimera do horizonte.
Sempre andei me buscando e não me achei:
E ao pôr-do-sol, enquanto espero a vinda
da luz perdida de uma estrela morta
Sinto saudades do que nunca fui,
do que deixei de ser, do que sonhei
e se escondeu de mim atrás da porta.
Lêdo Ivo, poeta e escritor.
Membro da Academia Brasileira de Letras.
5 comentários:
Só tenho a dizer que é lindo.
Gostei de o ler.
Ah! Tenho um sorriso para si. Mas será entregue em mãos... assim o espero! Pensando bem... tenho dois sorrisos.
Depois darei novas.
Bjs
Belíssimo o poema.
Da "nossa Sophia":
"Mais tarde será tarde e já é tarde
O tempo apaga tudo menos esse longo indelével rasto
Que o não vivido deixa".
Bj.
C(EN)
Cris (EN) estou dorida por não te poder fazer a vontade. No princípio do mês de Outubro vou ver-te nem que vá sozinha. Não me sinto à vontade dado o distanciamento que sinto, para impor qualquer data aos co-autores do blogue.
BJ e saudades.
Anabela gostei muito do sorriso e já o juntei aos outros sorrisos que os meus filhos já me fizeram merecer ao longo da vida.
Tenho a dizer-lhe, cautelosa que sou, que a Anabela é uma perita na arte de cativar!
O.K., D.
Aguardo boas novas.
Bj.
C (EN)
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