sábado, 17 de janeiro de 2009

E se o relógio andasse para trás?





O tempo fascina-nos. Demais.
A sua passagem férrea certa, irredutível, incapaz de soluços e intermitências.
Mas podemos mudar os ponteiros do relógio. Enganá-los?
Aqui reside a gota de "pré-determinação", o toque "desumano", mesmo maquinal, que podemos considerar como o pormenor mais "fincheriano" no filme «O Estranho caso de Benjamin Button»: ele - com nome de botão, com nome de visionário -, nascendo velho e morrendo novo, tem o tempo "fechado", o tempo contado, sem a indefinição do tempo do homem comum (porque, por assim dizer, não há um limite para o avanço temporal mas há um limite preciso para o recuo temporal).
Com uma Blanchett soberba como sempre, um Pitt no seu melhor (e que bom recordar o par mítico de "Babel"), foi este o filme que mais me fascinou no último ano (ouçam a banda sonora de Desplat).
Mesmo.
Tanto como o próprio tempo.

3 comentários:

R. disse...

Tenho mesmo de retomar o hábito de ir muito ao cinema!

Guilherme Salem disse...

O tempo NÃO anda para trás.
Para trás só mesmo o Brad Pitt.
Enfim...o filme até se vê graças à Cate...grande australiana...

Anónimo disse...

e se não houver tempo? o filme é inquietante