embrulhava-te num cobertor e dava-te chá quente.
Se fosse xerife, prendia-te
e fechava-te numa cela com aloquete.
Se fosses uma ave rara,
Se fosses uma ave rara,
gravava um disco
e ficava a ouvir a noite inteira o teu trilo agudo.
Se fosse o sargento, serias a minha recruta,
e, rapaz, garanto-te, ias adorar a instrução.
Se fosses chinesa, aprendia a língua,
Se fosses chinesa, aprendia a língua,
queimava pilhas de incenso, vestia roupas esquisitas.
Se fosses um espelho, invadia as “Senhoras”,
dava-te o meu bâton e punha-te pó-de-arroz no nariz.
Se gostasses de vulcões, seria a lava, em
Se gostasses de vulcões, seria a lava, em
irrupção contínua da minha secreta fonte.
E se fosses a minha mulher, era o teu amante,
porque a Igreja ao divórcio se opõe firmemente.
Joseph Brodsky, 1995© Cotovia (tradução de Carlos Leite)
2 comentários:
um belo poema de joseph brodsky.
um grande abraçp
jorge vicente
Adorei o poema e as fotos. Gracias Cesar
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