segunda-feira, 16 de março de 2009

Fábula


Um gato, em casa, sozinho, sobe
à janela para que, da rua, o
vejam.
O sol bate nos vidros e
aquece o gato que, imóvel,
parece um objecto.
Fica assim para que o
invejem - indiferente
mesmo que o chamem.
Por não sei que privilégio,
os gatos conhecem
a eternidade.

Nuno Júdice
Assinando a Pele, Assírio & Alvim, 2001

1 comentário:

Guilherme Salem disse...

Ora aí está algo que é bem verdade.