sexta-feira, 24 de julho de 2009

Bastonadas


"Só hoje estão agendados, em todos os tribunais judiciais de primeira instância, 527 julgamentos e diligências com intervenção de juízes, o que dá uma média de quase 2 por tribunal. Desta forma, enquanto o Sr. Bastonário da Ordem dos Advogados se diverte nas festas e beberetes das inaugurações, e dá as suas entrevistas maldosas para dizer que está tudo em casa a gozar privilégios, há centenas de juízes, procuradores, funcionários judiciais e advogados que estão a trabalhar para cumprir o melhor possível a sua função..."


António Martins, Juiz Desembargador



E eu que há cinco dias que não faço mais nada do que julgar, ouvir, despachar, sozinho num tribunal de outro mundo...

Sr. Bastonário: e não há ninguém que o extermine?!

3 comentários:

Guilherme Salem disse...

Até que enfim.
Isto é a mais pura verdade....
Eu poderei dizer o mesmo que António Martins que o César aqui publicou, e dizer o mesmo que o César disse.
Que foguetório parolo aquele senhor gosta de lançar.
Deixem-no falar....sempre aachei que se deve deixar falar quem nada diz...tarde ou cedo se descobre a inutilidade da figura. Vamos lá trabalhar, senão, qualquer dia, nem 22 dias de férias temos. Porque a Justiça( ao contrário do Legislativo que pára praticamente 2 meses apenas com uma comissão para as urgências...creio que não estou desfazado da realidade...se estou perdão), tem que estar sempre em cima, nem que seja a fazer de conta....mesmo com os advogados em , merecidas, férias....e os prazos que ficaram mais curtos...e etc etc...quanto porsápia bacoca e vazia e populista...onde quer este homem ir ou chegar ?

Maria Albertina disse...

A verdade é que nem todo o advogado se revê nessa figura tão sinistra que é o seu bastonário.
A justiça (é os conscienciosos sabem-no bem) é um labor participado por muitos.
Alguns dos magistrados deste pais já passaram, inclusivamente, pela advocacia e sentiram na pele as dificuldades decorrentes do exercício de uma profissão liberal; dificuldades essas muitas vezes agravadas pela formação deficiente que lhes foi ministrada pela própria Ordem dos Advogados (e aqui abro este parêntesis para dizer que falo com inteiro conhecimento de causa).
Quer os magistrados quer os advogados são peças essenciais na realização da Justiça num Estado de Direito Democrático.
A tentativa de criar hostilizações recíprocas no seio de classes profissionais que se deveriam reger por uma filosofia de cooperação (a que melhor serve o destinatário do serviço da Justiça: que é o CIDADÃO) é despropositada… senão mesmo idiota.

Guilherme Salem disse...

E Viva Maria Albertina....assino por baixo o seu comentário.