Neste canto do mundo
a horas de um matinal entardecer
sinto-me perdido de todo
abismado com tudo
À minha passagem
range a madeira do estrado
que pende sobre aquele pedaço de rio
E ali
perto da água que me escapa
encontro a tua sombra
o teu preto-e-branco
a cor da tua ausência
Voltarás?
Esperarei sentado
até que a maré se volte a encher
e tu venhas até mim
montada numa anémona
dizendo-me em voz branda em voz solta:
"Levanta-te meu amor
que nada te espante
que nada te detenha
que nada te magoe
É que eu... já sou deste mar"
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
O primeiro canto
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