A verdadeira mão que o poeta estende
não tem dedos:
é um gesto que se perde
no próprio acto de dar-se
O poeta desaparece
na verdade da sua ausência
dissolve-se no biombo da escrita
O poema é
a única
a verdadeira mão que o poeta estende
E quando o poema é bom
não te aperta a mão:
aperta-te a garganta
ANA HATHERLY
O Pavão Negro
Assírio & Alvim
(2003)
não tem dedos:
é um gesto que se perde
no próprio acto de dar-se
O poeta desaparece
na verdade da sua ausência
dissolve-se no biombo da escrita
O poema é
a única
a verdadeira mão que o poeta estende
E quando o poema é bom
não te aperta a mão:
aperta-te a garganta
ANA HATHERLY
O Pavão Negro
Assírio & Alvim
(2003)
1 comentário:
" As minhas mãos magritas , afiladas
tão brancas como a água do nascente,
lembram pálidas rosas entornadas
Dum regaço de Infante do oriente"
Florbela Espanca in " Charneca em flor"
Eu e as mãos
Observo alguém ...
que me desperta a atenção! o que vejo:
os olhos;
os lábios;
as mãos;
de mulher ...
de homem...
de crianças macias como o veludo.
Outras mais vividas, enrugadas, cheias de coisas para escrever ! para contar...
Por essas mãos passaram muitas outras !
Gosto de as contemplar..
Tenho nome de Flor
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