segunda-feira, 25 de abril de 2011

Hotel Terminus

(foto roubada ao meu amigo Augusto Maio)



Tombou a noite inadvertida,
como se fosse mais um dia

Calou-se a voz do poeta mais soturno daquela cidade
como se fosse um corpo mais,
embriagado com um copo de sol

Naquele hotel de subúrbio,
a meretriz cobrou-se cara,
face a face com a miséria dos tostões que não quer contar

E, de repente, como se fosse feita de luz,
a noite apagou-se e os pecados foram todos esquecidos.
Esquecidos. 
mas não perdoados.
Porque só a tristeza perdoa os excessos de alma,
na noite luminosa em que a meretriz se confessa ao poeta
e...
dessa fusão nasce um novo poema.

2 comentários:

Anónimo disse...

Não é fácil dobrar esquinas, descobrir o que há de mais, esparramar partes do corpo ...e não olhar para trás.

Tenho nome de Flor

Unknown disse...

Quando publica estes poemas?
É uma "obrigação social e emocional" a partilha deste dom... de colocar em palavras sentimentos que também são nossos mas não sabemos traduzir... Já é um privilégio poder lê-lo no blog, mas muitos não têm este acesso...
Seria muito bom vê-lo nas livrarias...
Um abraço P. e Parabéns