Vivo a mesma história no meio dos outros,
essas almas que nem me olham, apenas me tocam,
de mansinho, de perto ou em veludo.
Morrem tias idosas
o pai continua sem falar
ela continua sem acordar
E o mundo roda à minha volta
impiedoso, solene, cruel, sereno, malévolo, doce e amargo ao mesmo tempo
Estou cheio de pais e de filhos
de sonos interrompidos
de cegonhas míopes e insensatas
Estou farto de névoas, de calor húmido e de sol às carradas
Estou pleno de ar fátuo, de fogo preso, de irmãos e irmãs
Quero mergulhar na onda mais revolta da lagoa
aquela que me traz o cheiro do espanto,
do riso e do pranto
da mágoa e da alegria disfarçada em tons de escarlate
Estou à beira de um ataque de flores
sujas, estarrecidas, cinzentas.
O Papa caiu neste Estio
E na Indonésia choram-se os mortos que não estavam vivos
Harry Potter não se cala,
Merlin impacienta-se
E o vírus está quase a apanhar-me...
É, no fundo, a mesma história de sempre.
Até que...
quinta-feira, 28 de abril de 2011
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4 comentários:
Que se passa ?
Vi-te tão "arejado e bem disposto.." ( embora "cegueta" para as coisas banais e terrenas, como eu...)
Bj.
C(en)
É assim... o poeta é um fingidor... Vê mal mas reconhece de quem gosta...
Bj
…até que nos chegue um sinal de alguém ou Alguém que nos faça acreditar que ainda vale a pena... que a relação com anjos disfarçados de pessoas é o que nos alimenta a alma e nos faz sentir que vale a pena continuarmos... que as ligações que estabelecemos, os afectos que construímos e estão para sempre dentro de nós acordam-nos e recordam-nos que vale a pena... continuar a amar e fazer sentir aos que amamos que estamos ali nos gestos, nos olhares, mesmo quando as palavras são impossíveis, porque não as podemos ouvir ou não as conseguimos dizer...
Um abraço, ainda que nostálgico, solidário
Aqui só está o poeta .
Porque ontem P, foi um dia grande , belo , feliz
Cumpriu-se o esperado, o desejado.
Valeu a pena muita coisa . Beijinhos meu querido amigo
Tenho nome de Flor
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