Os amantes aparecem no verão, quando os amigos partiram
Para o sul à sua procura, deixando um lugar vago
à mesa, um bilhete entalado na porta, as plantas,
o canário, um beijo e um livro emprestado: a memória
das suas biografias incompletas. Os amigos
desaparecem em agosto. Consomem-nos as labaredas do sol
e os amantes que chegam ao fim da tarde
jantam e de manhã ajudam a regar as raízes das avencas
que os amigos confiaram até setembro, quando regressam
trazem saudades e um romance novo debaixo da língua.
Levam um beijo, os vasos, as gaiolas e os amantes
deixam um lugar vago na memória, cabelos na almofada,
uma carta, desculpas, e um livro de cabeceira que os
amigos lêem, pacientes, ocupando o seu lugar à mesa.
MARIA DO ROSÁRIO PEDREIRA
2 comentários:
Bonito texto.
A melancolia é sempre adorável se aplicada ao contexto da situação.
Sou:
www.umraiodeluzefezseluz.blogspot.com
oantmasantos2@gmail.com
Faro - Portugal
O lugar dos Amantes é onde se semeia a ilusão
O lugar dos Amantes é o porto seguro de cada um de nós
O lugar dos Amantes são todos aqueles lugares que nos dão Paz, beleza e ternura
Todos temos um lugar destes e senão temos devemos tentar encontrar
( entenda-se por "amante" aquele que ama, sem qualquer outra conotação )
Tenho nome de Flor
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