sexta-feira, 9 de março de 2012

Pai

mas sei, pai, que se me ouves não me consegues responder.
Eu sei que gostarias de o fazer, que amavas ler os poemas que me entram pelos olhos dentro, que sonhavas encontrar um outro sorriso na face da mãe. Pouco sei de ti. Tudo sei por ti. Encomendaste o vento suão para me proteger, pediste aos anjos uma auréola para segurar as minhas noites e as minhas angústias, pensaste os meus problemas antes mesmo de eles me terem acontecido. Por isso, pai, embala-me o mar todo por dentro, sacode a minha tristeza e ganha a voz que perdeste por esse estúpido AVC.
Eu estou aqui. Sempre. Mesmo que nem sempre me entendas...

4 comentários:

Anónimo disse...

Um grande abraço e toda a cumplicidade num entendimento profundo dessa dor.
carmo

Guilherme Salem disse...

César....um beijo grande e tudo mais.

Anónimo disse...

Sei que o ideal seria estar bem com todas as capacidades.
Sei que tem por si o melhor que um Pai espera de um Filho.
Sei o que o vai na sua alma !

Tenho nome de Flor

Anónimo disse...

Um abraço amigo, P.
H.