quarta-feira, 17 de abril de 2013

ao sul

Acercam-se as sombras,
tão longe despenha-se o sol, algures no mar.
As casas são baixas, alinhadas em declive,
os telhados oblíquos,
os pátios circulares, em repouso a esta hora.
Vastas são as vinhas e os terraços,
vastas as vagas de um mar próximo, as pegadas
na praia agora deserta,
recolhidos os remos e as redes,
recolhida a minha vida.
Nada espero senão esta hora já lenta,
uma lua cheia de cio e aflições,
o regresso dos homens e dos cães, a treva.
Que cheguem.
José Agostinho Baptista, Morrer no Sul

3 comentários:

Anónimo disse...

Que nenhum gesto meu aperte aperte o meu coração, intimide o meu riso, acorde o meu medo, machuque a minha espontaneidade.
Que ao sul ao norte
ou onde eu esteja consiga ser sempre eu

Tenho nome de Flor

César Paulo Salema disse...

obrigado por ter voltado, flor...

César Paulo Salema disse...

obrigado por ter voltado!