domingo, 6 de dezembro de 2009

Olheiro







Meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros, gnomos e fadas
num halo resplandecente.

Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.

António Gedeão

4 comentários:

Guilherme Salem disse...

Adoro(só para não dizer o estafado Amo) estas fotos e o poema.
Thank you Cesar...a bien tot

Anónimo disse...

Pois claro. Cada um é seus caminhos ( e só nunca se perdeu quem nunca caminhou por seus caminhos e atalhos - estes normalmente é que são perigosos).

Bj.
C(EN)

Anónimo disse...

Quels regards!
Chloé

Guilherme Salem disse...

Mais uma vez...adoro...estes olhares são fantásticos...