quarta-feira, 6 de abril de 2011
Esboço de carta
Lembro-me agora que tenho de marcar um
encontro contigo, num sítio em que ambos
nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma
das ocorrências da vida venha
interferir no que temos para nos dizer. Muitas
vezes me lembrei de que esse sítio podia
ser, até, um lugar sem nada de especial,
como um canto de café, em frente de um espelho
que poderia servir de pretexto
para reflectir a alma, a impressão da tarde,
o último estertor do dia antes de nos despedirmos,
quando é preciso encontrar uma fórmula que
disfarce o que, afinal, não conseguimos dizer. É
que o amor nem sempre é uma palavra de uso,
aquela que permite a passagem à comunicação ;
mais exacta de dois seres, a não ser que nos fale,
de súbito, o sentido da despedida, e que cada um de nós
leve, consigo, o outro, deixando atrás de si o próprio
ser, como se uma troca de almas fosse possível
neste mundo. Então, é natural que voltes atrás e
me peças: «Vem comigo!», e devo dizer-te que muitas
vezes pensei em fazer isso mesmo, mas era tarde,
isto é, a porta tinha-se fechado até outro
dia, que é aquele que acaba por nunca chegar, e então
as palavras caem no vazio, como se nunca tivessem
sido pensadas. No entanto, ao escrever-te para marcar
um encontro contigo, sei que é irremediável o que temos
para dizer um ao outro: a confissão mais exacta, que
é também a mais absurda, de um sentimento; e, por
trás disso, a certeza de que o mundo há-de ser outro no dia
seguinte, como se o amor, de facto, pudesse mudar as cores
do céu, do mar, da terra, e do próprio dia em que nos vamos
encontrar, que há-de ser um dia azul, de verão, em que
o vento poderá soprar do norte, como se fosse daí
que viessem, nesta altura, as coisas mais precisas,
que são as nossas: o verde das folhas e o amarelo
das pétalas, o vermelho do sol e o branco dos muros.
NUNO JÚDICE
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10 comentários:
Para ti
Se tu agora soubesses, tal como o dia escurece, talvez o sonho me desse a coragem que se esvanece na paixão que me aquece ( o que nem sempre acontece)
Se tu soubesses e a manhã, sem sobressalto, viesse talvez eu não temesse ...brotar tudo o que mereço, sem ter que pensar em mais nada.
Agora, daqui desta janela, desta calmia envolvente.
Daqui, eu vejo bem perto.
Daqui,...neste sonho acabado de passar
Daqui eu quase compreendo a vontade enorme que tenho de te abraçar.
Aqui, nesta vivência acordada.
Aqui,bem se aprofunda a vontade do querer.
Aqui, agora a pensar em ti neste permanente acordar.
Aqui, agora a pensar em ti, peço desculpa de te escrever...Só que não te tenho aqui para te falar.
Tenho nome de Flor
Carta Para o Gui!
Como já dizia o poeta, amigo é para guardar no lado esquerdo do peito.
Mas amigo, amigo mesmo é dizer a esse mesmo amigo " Sinto tanto a sua falta"
Sinto falta de ver no post o seu olhar, das palavras e dos afectos, da sua escrita, de um abraço invisível mas que consigo sentir!.
Diga pelo menos " Estou aqui!"
Se passar por aqui neste nosso cantinho, lendo isto que escrevi receba um abraço ENORME:menor que a imensidão do mar, menor do que a distância daqui até à Austrália, mas um verdadeiro e afectuoso abraço e um ramos de Jarros com cheiro a jasmim.
Tenho nome de Flor
Obrigada,
Beijinhos
Carta para o Paulo.
Para o AMIGO dos meus dias...aquele que tanto me ajuda nesta vida que é a minha...antes de mais quero dizer-lhe que estará sempre do meu lado esquerdo do peito.
Quero que seja muito feliz sempre com a C. por perto.
Que continue a dedicar-se com toda a sua vontade e bondade a tudo aquilo que faz, Porque o faz sempre muito bem!
Se os sítios mudarem não deixe nunca de me visitar
Gosto verdadeiramente de si e da C.
Obrigada,
Beijinhos
Tenho nome de Flor
Carta Para a Passi
Espero que os meses que faltam do corrente ano sejam felizes como os de 2010.
Que continue a amar o que faz.
Que os seus filhos lhe tragam todas as alegrias que merece.
Gostava de fazer consigo, depois do prometido bailado a peça de teatro pela qual as duas esperamos.
Envio Paz, saúde e Boa-vontade
Gosto muito de si mesmo não a conhecendo
Beijinhos e um Ramo de Rosas .
Tenho nome de Flor
Carta para todos os que aqui passam
Meus caros amigos alguns com nomes outros anónimos!
Não deixem de procurar o que desejam
Não deixem de amar
Não deixem que a tristeza vos domine
Sejam Felizes!
OBS:- Não deixem de escrever porque isto sem nós não era a mesma coisa...sim porque comentar, embelezar, e outras tantas coisas QUEM FAZ SOMOS NÒS!
Lembram-se do poema a tantas mãos não seria possível o P. fazer algo tão belo sem a nossa colaboração.
Beijinhos com muita escrita
Tenho nome de Flor e sou uma das vossas
Obrigada, flor, pela sua energia e disponibilidade.
Bjs
OBG por tudo, flor...
Não nos conhecemos (ou conhecemos? Afinal às vezes partilhamos mais neste espaço do que com algumas pessoas que pensam estar próximas de nós e não nos acompanham desta forma…).
Mas mesmo não a conhecendo pessoalmente, sinto em si uma generosidade que neste blog se torna evidente, pela sua participação activa que tanto o dinamiza, pela forma como se partilha sem receios, pela atenção que dá a cada um de nós e a todos…
Obrigada pela presença constante e pela minha parte obrigada por afagar algumas das minhas dores
Um abraço cheio de energia positiva… porque merece
carmo
Aqui ignoro os minutos, quebro as horas, luto com o tempo ...
A energia de que falam é a maneira de controlar a apatia dos fim de tarde...
É aqui que me dou oportunidade de escrever aquilo que me preocupa ou inquieta.
Sim ... É aqui que vos conto os meus momentos.
Acreditem se me conhecessem pessoalmente saberiam que quando escrevo sou sempre Eu com todos os meus defeitos, virtudes e tantas mas tantas saudades.
As palavras não revelam as lágrimas que também surgem quando aqui estou.
Aqui, é a outra metade de nós sem máscaras e sem rostos.
;) para a Passi, para a Carmo e para o P.
Tenho nome de Flor
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