terça-feira, 16 de março de 2010

A um homem com nome de Cidade


Ontem foi apresentada esta obra.
Ao público.
Que o conhecia e que não o conhecia.
Seu nome é Rui.
Epifânio por clara epifania.
Há cinco anos que partiu para a Nuvem 9 onde continua a vigiar as crianças no seu sono.
Para aqui nós continuarmos a sua Obra Maior.




«Há personalidades tão significativas, ao nível ético, afectivo, cívico, intelectual, cultural e profissional, que marcam de forma indelével os que com elas têm o privilégio de conviver e trabalhar. Pela sua excepcional qualidade, carisma, criatividade, capacidade de sonho e visão de futuro, influenciam impressivamente áreas do conhecimento e da intervenção a que mais se dedicaram.
Quando partem precocemente, ainda em plena força do seu pensar e agir, à dor e saudade aliam-se um sentimento e um desejo: um sentimento de amargura de não poder contar-se com a «alavanca» poderosa que a sua presença e actuação constituía; um desejo forte de extrair do pensamento e do exemplo que nos deixam o estímulo para tentar prosseguir, tanto quanto possível, o sentido dos projectos mais expressivos dos sonhos de justiça e de progresso que povoaram o seu mundo intelectual e afectivo.
O nosso querido Rui Epifânio é, sem dúvida, uma personalidade invulgar entre as que genericamente referimos.
Deixou-nos um legado muito precioso, a diferentes níveis, como homem, como amigo, como cidadão, como magistrado, como docente, como interventor comunitário, como figura de referência do projecto de levar ao concreto da vida de cada uma das crianças os direitos que lhes reconhecemos.
O eco da sua acção é muito amplo, abrangendo, ao nível do País, diversos domínios e agentes individuais e institucionais, nomeadamente do sistema de promoção e protecção dos direitos das crianças.
Mas a Associação Portuguesa para os Direitos dos Menores e da Família - CrescerSer - de que foi um dos fundadores e um dinamizador admirável, e para quem Rui Epifânio é uma insubstituível referência e fonte de inspiração - não pode deixar de contribuir para manter viva a sua memória, procurando que o seu pensamento, a sua acção e o seu exemplo frutifiquem num desenvolvimento do sistema que se aproxime o mais possível da sua visão lúcida, humanista, cultural, esperançosa e marcada por uma perspectiva critica na busca constante de um melhor presente e futuro para as crianças e, em consequência, para a comunidade.
Não pretende, porém, de forma alguma, o exclusivo dessa tarefa e terá todo o gosto de se associar a outras iniciativas que visem aprofundar e dar a conhecer a personalidade e a obra deste Homem, que é um exemplo excepcional de cidadania.
Dotado de uma genuína humildade, avesso como era a homenagens e a todas as honrarias, a Associação procurou lembrá-lo publicamente pela forma que, julgamos, melhor aceitaria e em que teria gosto - a reflexão, traduzida em trabalhos reunidos em livro, da autoria de alguns dos muitos que o estimavam e admiravam, versando assuntos de alguma forma ligados ao domínio que mais o interessou e em que a sua intervenção foi extremamente marcante - os direitos das crianças, considerados na sua concepção, no seu reconhecimento e nos caminhos para a sua efectivação.
A altura escolhida para esta iniciativa - o 50° aniversário da Declaração Universal dos Direitos da Criança e o 20° aniversário da Convenção dos Direitos da Criança - tem natural significado simbólico ao recordarmos alguém que tão bem soube interiorizar, densificar e transmitir os seus valores e princípios e pugnar por políticas, estratégias e acções reclamadas pela sua concretização na pessoa de todas e cada uma das nossas crianças.
A todos os que tão prontamente responderam ao desafio, o muito obrigado da Associação CrescerSer. Os seus contributos inserem-se na caminhada para uma nova cultura da criança fundada na nova perspectiva da sua cidadania plena, de que Rui Epifânio continuará a ser fonte de inspiração para uma intervenção sempre renovada e inovadora»
ARMANDO LEANDRO/LABORINHO LÚCIO/PAULO GUERRA


Convidem as crianças e contem-lhes esta história...
Era uma vez um Homem que passeava as crianças nos seus pensamentos, embalava-as nas suas acções e protegia-as no seu coração... que era "despercebidamente" grande...

Batemos a porta devagar
Olhamos só mais uma vez
Como é bonita esta sala
É o cais, flor de nós,
Águas mansas e a nudez da nossa saudade
Frágil como as asas de uma vida

É o riso, é a lágrima
A expressão que em nós deixaste
Não podia ser de outra maneira.
Pois é a sorte, é a sina,
Uma mão cheia de nada
E o teu mundo à nossa cabeceira…

Sabes Rui, nós nunca nos esquecemos de ti…
(ao som do outro Rui)

domingo, 14 de março de 2010

os sapatos, o cinema e as anedotas


Wittgenstein, de Derek Jarman

primeiro, os sapatos:«Sou prisioneiro de guerra dos italianos em Monte Cassino. Espero que nos encontremos depois da guerra. Ter sido alvo de tantos disparos alterou as minhas ideias sobre a filosofia tal como as alterou ter lido o Gospel in Brief de Tolstoi.
Escrevi um livro chamado Tractatus Logico-Philosophicus. Combina o simbolismo lógico com o misticismo religioso. É melhor sem sapatos, sem qualquer tipo de sapatos. Saudades, Ludwig [carta a Bertrand Russell 0:17:51]
depois, o cinema:Não havia comparação possível entre os seminários e o cinema. Eu adorava cinema, sobretudo filmes de cowboys e musicais. A Carmen Miranda e a Betty Hutton eram as minhas actrizes preferidas.
Sentava-me sempre na primeira fila. O filme actuava como um duche, libertando-me da palestra.
Odiava os newsreels. Eram demasiado patrióticos. Os seus autores deviam ser os melhores alunos de Goebbels.
E quando, no fim, passavam o hino nacional, escapava-me. [LW numa sala de cinema, em voz muito baixa 0:35:12]
por fim, as anedotas:— Gostava de ter edificado um esquema filosófico baseado em anedotas.
— E por que não o fez?
— Infelizmente, faltava-me o sentido de humor.[deitado na cama 1:03:57]

De volta (à Terra da Alice)


Após um grave problema técnico, voltamos a poder regar a Magnólia.

Hoje, dia 14 de Março, retomamos a nossa caminhada.

Mesmo que o preço tenha sido o sacrifício de alguns posts.

Aqui fica para constar...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

My granny

Foi em Leiria que o mundo a viu partir para a nuvem 9 onde, do Alto, me vigia e consola.
No passado dia 12.
Sem apelo nem agravo.
E sem aviso.
Eu sei que tinha 90 primaveras, mais Verões (que era a sua estação predilecta).
Mas estava bem e recomendava-se, saída todos os dias para o seu café, para a sua malha de anos, para o seu livro de cabeceira, para a sua sonata de piano (porque tocava Brahms)...
O Supremo Ser quis levá-la. E após um calvário de 14 dias num hospital de horrores, partiu e ainda teve tempo para me dedicar um último olhar, 24 horas antes da partida.
Ela, que me ensinou a falar inglês, a tocar piano, a nadar e a soletrar cantilenas americanas (nasceu na terra do tio Sam).
Ela que me dizia que todos os meus desenhos eram Picassos e que todas as minhas redacções eram Hemingways...
Ela que tinha um feitio de irlandesa, escorpiã com muito orgulho,
era uma das minhas heroínas de vida.
É dela que sinto saudades de mil cidades sem nome,
é para ela que elevo a minha voz e o meu olhar, 10 dias após ter embarcado rumo à pousada da sexta felicidade.
Consigo falar dela. Agora.
A custo.
Mas com a certeza de que, se ouvirem um bramido de Beethoven no ar, pelos lados do Lis e do Lena, é ela que certamente me dedica a sua última tocata em amor maior.

Era e é a minha avó, granny de nome próprio.
Chamava-se Amélia...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O preto não me fica bem


A minha alma ainda está negra.
Defronte ao mar, caiu-me uma raiz de espanto.
E morro de saudades.

Em breve, voltarei...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Adição sexual???!!!!????!!!!????!!!!

Será que o queimam vivo?
Sim, ao Tiger Woods?
Mudamos de época sem ninguém dar por isso?
Ou é simplesmente a América no seu pior? A hipocrisia!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

palavras falsas...falsas ilusões


"- Eu agora estou tendo uma perspectiva bem mais holística da vida, minha filha. Fiz um Botox, sim, dei uma remoçada, e isso me ajudou a me olhar no espelho e encontrar esse meu novo eu, integral, está entendendo?
É uma voz velha de mulher. Ainda não existe Botox para as rugas da voz. Uma voz velha como um facto, maquilhada de juventude. No tempo de Vieira não havia a palavra «holística» e mesmo que houvesse, ele nunca a usaria. Não usava palavras falsas, de papel de lustro, de encandear papalvos. Não precisava do «paradigma» nem dos «protocolos mediáticos» nem da «análise do contexto». Não precisava de «deslocamentos» nem de se «situar»..."


Inês Pedrosa
A Eternidade e o Desejo
Dom Quixote

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O papel principal


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Trato sucessivo


PEDIDO DE EMPRÉSTIMO


Um advogado de Nova Orleães pediu um empréstimo em nome de um cliente que perdera sua casa aquando do furacão Katrina e queria reconstruí-la.
Foi-lhe comunicado que o empréstimo seria concedido logo que ele pudesse apresentar o título de propriedade original da parcela da propriedade que estava a ser oferecida como garantia.
O advogado levou três meses para seguir a pista do título de propriedade datado de 1803.
Depois de enviar as informações para o Banco, recebeu a seguinte resposta.

"Após a análise do seu pedido de empréstimo, notámos que foi apresentada uma certidão do registo predial. Cumpre-nos elogiar a forma minuciosa do pedido, mas é preciso salientar que o senhor tem apenas o título de propriedade desde 1803. Para que a solicitação seja aprovada, será necessário apresentá-lo com o registo anterior a essa data. "

Irritado, o advogado respondeu da seguinte forma:

"Recebemos a vossa carta respeitante ao processo nº.189156. Verificámos que os senhores desejam que seja apresentado o título de propriedade para além dos 194 anos abrangidos pelo presente registo. De facto, desconhecíamos que qualquer pessoa que fez a escolaridade neste país, particularmente aqueles que trabalham na área da propriedade, não soubesse que a Luisiana foi comprada, pelos E.U à França, em 1803.

Para esclarecimento dos desinformados burocratas desse Banco, informamos que o título da terra da Luisiana antes dos E.U. terem a sua propriedade foi obtida a partir da França, que a tinha adquirido por direito de conquista da Espanha.

A terra entrou na posse da Espanha por direito de descoberta feita no ano 1492 por um capitão da marinha chamado Cristóvão Colombo, a quem havia sido concedido o privilégio de procurar uma nova rota para a Índia pela rainha Isabel de Espanha.

A boa rainha Isabel, sendo uma mulher piedosa e quase tão cautelosa com os títulos de propriedade como o vosso Banco, tomou a precaução de garantir a bênção do Papa, ao mesmo tempo em que vendia as suas jóias para financiar a expedição de Colombo.

Presentemente, o Papa - isso temos a certeza de que os senhores sabem - é o emissário de Jesus Cristo, o Filho de Deus, e Deus - é comummente aceite - criou este mundo. Portanto, creio que é seguro presumir que Deus também foi possuidor da região chamada Luisiana. Deus, portanto, seria o primitivo proprietário e as suas origens remontam a antes do início dos tempos, tanto quanto sabemos e o Banco também.
Esperamos que, para vossa inteira satisfação, os senhores consigam encontrar o pedido de crédito original feito por Deus.

Agora, que está tudo esclarecido, será que podemos ter o nosso empréstimo? Que diabo!!!"

O empréstimo foi concedido.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Ofício de intensidade e calma


Um ofício que fosse de intensidade e calma
e de um fulgor feliz


E que durasse
com a densidade ardente e contemporâneo
de quem está no elemento aceso e é a estatura
da água num corpo de alegria

E que fosse fundo
o fervor de ser a metamorfose da matéria
que já não se separa da incessante busca
que se identifica com a concavidade originária
que nos faz andar e estar de pé
expostos sempre à única face do mundo

Que a palavra fosse sempre a travessia
de um espaço em que ela própria fosse aérea
do outro lado de nós e do outro lado de cá
tão idêntica a si que unisse o dizer e o ser
e já sem distância e não-distância nada a separasse
desse rosto que na travessia é o rosto do ar e de nós próprios

António Ramos Rosa,
"Poemas Inéditos"

sábado, 6 de fevereiro de 2010

O cais do 730º dia


Hoje é o 730 º dia.
Da Magnólia
Faz dois anos que a plantei.
Foi a 6.
Do 2 º dia do mês do Carnaval.
Sem máscara.
Com junquilhos.
E muita hera.
E tem crescido.
A olhos vistos.
A seiva é branda,
no encanto de seis mãos.


Um abraço a nós, G. e P.
Aos magnólicos E ...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O tempo segundo La Palisse


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Os problemas deles


Era este o texto escrito por Mário Crespo, que foi recusado pelo JN.


O Fim da Linha
Mário Crespo



Terça-feira dia 26 de Janeiro.

Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A visita anual do Tio OSCAR




Acabadas de anunciar as nomeações para dia 7/3.
Ei-las:

Actor in a Leading Role
Jeff Bridges in “Crazy Heart”
George Clooney in “Up in the Air”
Colin Firth in “A Single Man”
Morgan Freeman in “Invictus”
Jeremy Renner in “The Hurt Locker”

Actor in a Supporting Role
Matt Damon in “Invictus”
Woody Harrelson in “The Messenger”
Christopher Plummer in “The Last Station”
Stanley Tucci in “The Lovely Bones”
Christoph Waltz in “Inglourious Basterds”

Actress in a Leading Role
Sandra Bullock in “The Blind Side”
Helen Mirren in “The Last Station”
Carey Mulligan in “An Education”
Gabourey Sidibe in “Precious: Based on the Novel ‘Push’ by Sapphire”
Meryl Streep in “Julie & Julia”

Actress in a Supporting Role
Penélope Cruz in “Nine”
Vera Farmiga in “Up in the Air”
Maggie Gyllenhaal in “Crazy Heart”
Anna Kendrick in “Up in the Air”
Mo’Nique in “Precious: Based on the Novel ‘Push’ by Sapphire”

Animated Feature Film
“Coraline” Henry Selick
“Fantastic Mr. Fox” Wes Anderson
“The Princess and the Frog” John Musker and Ron Clements
“The Secret of Kells” Tomm Moore
“Up” Pete Docter

Art Direction
“Avatar” Art Direction: Rick Carter and Robert Stromberg; Set Decoration: Kim Sinclair
“The Imaginarium of Doctor Parnassus” Art Direction: Dave Warren and Anastasia Masaro; Set Decoration: Caroline Smith
“Nine” Art Direction: John Myhre; Set Decoration: Gordon Sim
“Sherlock Holmes” Art Direction: Sarah Greenwood; Set Decoration: Katie Spencer
“The Young Victoria” Art Direction: Patrice Vermette; Set Decoration: Maggie Gray

Cinematography
“Avatar” Mauro Fiore
“Harry Potter and the Half-Blood Prince” Bruno Delbonnel
“The Hurt Locker” Barry Ackroyd
“Inglourious Basterds” Robert Richardson
“The White Ribbon” Christian Berger

Costume Design
“Bright Star” Janet Patterson
“Coco before Chanel” Catherine Leterrier
“The Imaginarium of Doctor Parnassus” Monique Prudhomme
“Nine” Colleen Atwood
“The Young Victoria” Sandy Powell

Directing
“Avatar” James Cameron
“The Hurt Locker” Kathryn Bigelow
“Inglourious Basterds” Quentin Tarantino
“Precious: Based on the Novel ‘Push’ by Sapphire” Lee Daniels
“Up in the Air” Jason Reitman

Documentary (Feature)
“Burma VJ” Anders Østergaard and Lise Lense-Møller
“The Cove” Nominees to be determined
“Food, Inc.” Robert Kenner and Elise Pearlstein
“The Most Dangerous Man in America: Daniel Ellsberg and the Pentagon Papers” Judith Ehrlich and Rick Goldsmith
“Which Way Home” Rebecca Cammisa

Documentary (Short Subject)
“China’s Unnatural Disaster: The Tears of Sichuan Province” Jon Alpert and Matthew O’Neill
“The Last Campaign of Governor Booth Gardner” Daniel Junge and Henry Ansbacher
“The Last Truck: Closing of a GM Plant” Steven Bognar and Julia Reichert
“Music by Prudence” Roger Ross Williams and Elinor Burkett
“Rabbit à la Berlin” Bartek Konopka and Anna Wydra

Film Editing
“Avatar” Stephen Rivkin, John Refoua and James Cameron
“District 9” Julian Clarke
“The Hurt Locker” Bob Murawski and Chris Innis
“Inglourious Basterds” Sally Menke
“Precious: Based on the Novel ‘Push’ by Sapphire” Joe Klotz

Foreign Language Film
“Ajami” Israel
“El Secreto de Sus Ojos” Argentina
“The Milk of Sorrow” Peru
“Un Prophète” France
“The White Ribbon” Germany

Makeup
“Il Divo” Aldo Signoretti and Vittorio Sodano
“Star Trek” Barney Burman, Mindy Hall and Joel Harlow
“The Young Victoria” Jon Henry Gordon and Jenny Shircore

Music (Original Score)
“Avatar” James Horner
“Fantastic Mr. Fox” Alexandre Desplat
“The Hurt Locker” Marco Beltrami and Buck Sanders
“Sherlock Holmes” Hans Zimmer
“Up” Michael Giacchino

Music (Original Song)
“Almost There” from “The Princess and the Frog” Music and Lyric by Randy Newman
“Down in New Orleans” from “The Princess and the Frog” Music and Lyric by Randy Newman
“Loin de Paname” from “Paris 36” Music by Reinhardt Wagner Lyric by Frank Thomas
“Take It All” from “Nine” Music and Lyric by Maury Yeston
“The Weary Kind (Theme from Crazy Heart)” from “Crazy Heart” Music and Lyric by Ryan Bingham and T Bone Burnett

Best Picture
(pela 1ª vez, são 10 filmes)
“Avatar” James Cameron and Jon Landau, Producers
“The Blind Side” Nominees to be determined
“District 9” Peter Jackson and Carolynne Cunningham, Producers
“An Education” Finola Dwyer and Amanda Posey, Producers
“The Hurt Locker” Nominees to be determined
“Inglourious Basterds” Lawrence Bender, Producer
“Precious: Based on the Novel ‘Push’ by Sapphire” Lee Daniels, Sarah Siegel-Magness and Gary Magness, Producers
“A Serious Man” Joel Coen and Ethan Coen, Producers
“Up” Jonas Rivera, Producer
“Up in the Air” Daniel Dubiecki, Ivan Reitman and Jason Reitman, Producers

Short Film (Animated)
“French Roast” Fabrice O. Joubert
“Granny O’Grimm’s Sleeping Beauty” Nicky Phelan and Darragh O’Connell
“The Lady and the Reaper (La Dama y la Muerte)” Javier Recio Gracia
“Logorama” Nicolas Schmerkin
“A Matter of Loaf and Death” Nick Park

Short Film (Live Action)
“The Door” Juanita Wilson and James Flynn
“Instead of Abracadabra” Patrik Eklund and Mathias Fjellström
“Kavi” Gregg Helvey
“Miracle Fish” Luke Doolan and Drew Bailey
“The New Tenants” Joachim Back and Tivi Magnusson

Sound Editing
“Avatar” Christopher Boyes and Gwendolyn Yates Whittle
“The Hurt Locker” Paul N.J. Ottosson
“Inglourious Basterds” Wylie Stateman
“Star Trek” Mark Stoeckinger and Alan Rankin
“Up” Michael Silvers and Tom Myers

Sound Mixing
“Avatar” Christopher Boyes, Gary Summers, Andy Nelson and Tony Johnson
“The Hurt Locker” Paul N.J. Ottosson and Ray Beckett
“Inglourious Basterds” Michael Minkler, Tony Lamberti and Mark Ulano
“Star Trek” Anna Behlmer, Andy Nelson and Peter J. Devlin
“Transformers: Revenge of the Fallen” Greg P. Russell, Gary Summers and Geoffrey Patterson

Visual Effects
“Avatar” Joe Letteri, Stephen Rosenbaum, Richard Baneham and Andrew R. Jones
“District 9” Dan Kaufman, Peter Muyzers, Robert Habros and Matt Aitken
“Star Trek” Roger Guyett, Russell Earl, Paul Kavanagh and Burt Dalton

Writing (Adapted Screenplay)
“District 9” Written by Neill Blomkamp and Terri Tatchell
“An Education” Screenplay by Nick Hornby
“In the Loop” Screenplay by Jesse Armstrong, Simon Blackwell, Armando Iannucci, Tony Roche

“Precious: Based on the Novel ‘Push’ by Sapphire” Screenplay by Geoffrey Fletcher
“Up in the Air” Screenplay by Jason Reitman and Sheldon Turner

Writing (Original Screenplay)
“The Hurt Locker” Written by Mark Boal
“Inglourious Basterds” Written by Quentin Tarantino
“The Messenger” Written by Alessandro Camon & Oren Moverman
“A Serious Man” Written by Joel Coen & Ethan Coen
“Up” Screenplay by Bob Peterson, Pete Docter, Story by Pete Docter, Bob Peterson, Tom McCarthy

Caminhos


Gosto do caminho da vida simples
Por entre artemísias na bruma e grutas pedregosas
O meu sentir selvagem distende-se e acalma
Há muito companheiro das brancas nuvens ocioso
Não desejo o caminho do mundo
Sua paixão não me atrai
À noite sento-me sozinho num leito de pedras
A lua redonda sobe a Montanha Fria

O vagabundo do Dharma - 25 poemas de Han-Shan, trd. Ana Hatherly

Han Shan- monge budista -s.VII

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Morreu mesmo?



A poesia MORREU, DIZEM.
Ou, ao menos, morreu em Portugal!

Em conversa recente em Lisboa com um amigo, editor e colega de academia, fui confrontado com essa realidade: o lugar da Poesia no panorama das artes literárias cessou de existir.
Não, não estou a falar de novos autores, estou a incluir TODOS, desde Camões a Pessoa, de Herberto Helder a Drummond de Andrade, de Sophia de Mello Breyner a Manuel Bandeira, de Ramos Rosa e Nuno Júdice a Florbela Espanca, etc etc.

A solução para os novos e "teimosos" autores está na chamada "edição de autor", o que implica um investimento mínimo da ordem dos 2500 euros (7000 reais). Ora se cada livro for vendido barato, a 5 euros (12 reais) por exemplo e o autor receba 40%, terá que vender qualquer coisa como 1250 livros apenas para cobrir o investimento inicial.

Ora, em 2009, apenas 2 autores, dos 1964 que publicaram, venderam 1250 livros ou mais, sendo Camões (Os Lusíadas) com 1250 unidades e Herberto Helder (Poesia Completa) com 1439 unidades, sendo este o grande campeão de vendas!!!!!!

Fiz um resumo do panorama das vendas de Poesia em 2009 em Portugal (TODAS as editoras, TODOS os autores):

a) 423 autores, ou 21,5% dos publicados, vendeu 1 exemplar!
b) 808 autores, ou 41,1% dos publicados, vendeu entre 2 e 10 unidades;
c) 1823 autores, ou 92,8% dos publicados, vendeu menos de 100 livros!

Tristeza!
E viva a cultura!!

colocado por Roger em http://guerrasantos.multiply.com/journal/item/310

domingo, 24 de janeiro de 2010

As minhas horas


Sem nunca ser, mas sempre na orla do Ser
A minha cabeça, como a máscara de Morte, é transportada no Sol
A sombra apontando o dedo à minha face
Movo os lábios para saborear, mexo as mãos para tocar
Mas nunca vou mais além do tocar,
Ainda que o espírito se incline para ver.
Diante da rosa, o ouro, os olhos, uma paisagem admirada,
Os meus sentidos registam o acto de desejar,
Desejar ser rosa, ouro, paisagem ou um outro -
reclamando a plenitude no acto de amar.

Virginia Woolf

sábado, 23 de janeiro de 2010

Ajude o Haiti, ajude-se a si...


Uma mão cheia de nada,
outra de coisa nenhuma...


(clique na imagem)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O Natal da Eu


Eu, porque és uma PESSOA linda,
porque o vento sereno da primavera mais doce do ano nunca deixa de soprar por ti,
e porque o mau tempo vai passar
e, ufano, glorioso, há um princepezinho que te quer a amparar o sono e a ler a última história da fada oriana...


Porque...
Da C. e o P.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O meu pé de laranja Alice






O herói em versão menina tem um nome: Alice.

Alice não é uma menina, é a menina que todas as meninas gostariam de ser, se não o fossem. Curiosa porque criança, bem humorada porque infantil, educada porque menina, emotiva porque mulher, inteligente por tudo isto e porque sim.

A revolucionária Alice nasceu em 1862, depois de ter pedido para ser inventada e assim corresponder ao arquétipo de personagem eterna: o herói menina.

Apesar de mudar de tamanho, é criança toda a vida, o tempo inteiro, há quase 150 anos, ao longo de milhares de infâncias (e não só) que lhe dão vida sempre que a lêem em mais de 50 línguas.

As suas aventuras não são uma história que adormeça crianças, o mais provável é despertar adultos.

A primeira heroína infantil vive no território fértil da imaginação, onde a inocência e a perversidade são vizinhas. A sua infância inventada é o espaço possível da liberdade e Alice comete uma série de infracções. Sai sozinha à aventura, não sabe para onde vai, desconhece os seres com quem fala, obedece às ordens de etiquetas e letreiros inusitados e acredita em quase tudo o que vê.

Procura a sua identidade na linguagem e percorre um iniciático país das maravilhas.

Tem a experiência do desumano, ficando minúscula ou crescendo desmesuradamente. Passeia por um jardim de contradições e paradoxos, à imagem do mundo. O absurdo é a expressão acabada da inocência.

Nonsense lembra foneticamente innocence.

E a sua inocência é um hino ao que sente e pensa. Perdida entre dois universos insólitos, a heroína vence os adultos, tal como o país das maravilhas subjuga o real.

(Maria João Freitas)

Alice vem aí.
Pela mão de Tim Burton.
Não lhe fechem a porta, por favor.

Carta à minha sombra


Dizer-te, meu amigo,
que, à uma da manhã
e desta noite,
está lindo o nevoeiro

que um manto de sossego
assim inteiro
eu desejava dar-te
- e ter comigo.

Enviava-te um frasco,
se pudesse,
fechado em carta azul,

ou por fax de sol
(não fora o medo que o sol
o desfizesse)

Assim, mando daqui
esta espessura
de cheiro muito branco
e muito belo:

um manto de ternura
dobado num novelo,
que chegue
até aí.

Ana Luísa Amaral
(roubado a uma barca cheia de flores)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Os príncipes de Hollywood

AVATAR (de James Cameron) - melhor filme dramático e melhor realizador

Meryl Streep - melhor actriz comédia (Julie and Julia)

Sandra Bullock - melhor actriz dramática (The Blind Side)

Jeff Bridges - melhor actor dramático (Crazy Heart)

Robert Downey Jr - melhor actor comédia (Sherlock Holmes)


São estes os 4 melhores actores para os GLOBOS de Ouro 2010 (aqui estão dois dos meus favoritos - Streep e Downey - grande papel o de Sherlock Holmes! - , e dois "veteranos" a quem a Imprensa Estrangeira de Hollywood tardou em fazer justiça...)
Quanto ao filme, e tudo AVATAR levou!

Até aos OSCARES (força Meryl!)


A cor da fogueira


Quero que saibas uma coisa.
Tu sabes como é:
se olho a lua de cristal, os galhos vermelhos do outono em minha janela,
se toco junto ao fogo as impalpáveis cinzas
no corpo retorcido da lenha,
tudo me leva a ti,
como se tudo o que existe:
aromas, luz, metais,
fossem pequenos barcos que navegam em direção às ilhas tuas que esperam por mim.
Agora, bem,
se pouco a pouco tu deixares de me querer
pararei de te querer
pouco a pouco.
Se de repente me esqueceres
não me procure,
pois já terei te esquecido.
Se consideras violento e louco o vento das bandeiras que passa por minha vida
e decidires me deixar às margens do coração no qual tenho raízes,
lembra-te
que nesta dia,
a esta hora
levantarei os braços e minhas raízes partirão em busca de outra terra.
Mas
se em cada dia,
cada hora,
sentires que a mim estás destinado com implacável doçura,
se em cada dia levantares uma flor em teus lábios para me buscares,
oh meu amor, oh minha vida,
em mim todo esse fogo se reacenderá,
em mim nada se apaga ou se esquece,
meu amor se nutre do seu, amado,
e enquanto viveres
estará em teus braços
sem deixar os meus
Pablo Neruda

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Globos de Ouro (EUA)





Eis os nomeados para a cerimónia de 17/1/2010, a ser transmitida em directo pelo canal AXN




MELHOR FILME - DRAMA
AVATAR
ESTADO DE GUERRA
SACANAS SEM LEI
PRECIOUS: BASED ON THE NOVEL PUSH BY SAPPHIRE
UP IN THE AIR

MELHOR FILME - COMÉDIA OU MUSICAL
500 DIAS COM SUMMER
A RESSACA
IT'S COMPLICATED
JULIE E JULIA
NINE

MELHOR ACTOR - DRAMA
Jeff Bridges, por CRAZY HEART
George Clooney, por UP IN THE AIR
Colin Firth, por A SINGLE MAN
Morgan Freeman, por INVICTUS
Tobey Maguire, por BROTHERS

MELHOR ACTRIZ - DRAMA
Emily Blunt, por A JOVEM VITÓRIA
Sandra Bullock, por THE BLIND SIDE
Helen Mirren, por THE LAST STATION
Carey Mulligan, por AN EDUCATION
Gabourey 'Gabby' Sidibe, por PRECIOUS: BASED ON THE NOVEL PUSH BY SAPPHIRE

MELHOR ACTOR - COMÉDIA OU MUSICAL
Matt Damon, por O DELATOR!
Daniel Day-Lewis, por NINE
Robert Downey Jr., por SHERLOCK HOLMES
Joseph Gordon-Levitt, por 500 DIAS COM SUMMER
Michael Stuhlbarg, por A SERIOUS MAN

MELHOR ACTRIZ - COMÉDIA OU MUSICAL
Sandra Bullock, por A PROPOSTA
Marion Cotillard, por NINE
Julia Roberts, por DUPLA SEDUÇÃO
Meryl Streep, por IT'S COMPLICATED
Meryl Streep, por JULIE E JULIA

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO
Matt Damon, por INVICTUS
Woody Harrelson, por THE MESSENGER
Christopher Plummer, por THE LAST STATION
Stanley Tucci, por THE LOVELY BONES
Christoph Waltz, por SACANAS SEM LEI

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA
Penélope Cruz, por NINE
Vera Farmiga, por UP IN THE AIR
Anna Kendrick, por UP IN THE AIR
Mo'Nique, por PRECIOUS: BASED ON THE NOVEL PUSH BY SAPPHIRE
Julianne Moore, por A SINGLE MAN

MELHOR REALIZADOR
Kathryn Bigelow, por ESTADO DE GUERRA
James Cameron, por AVATAR
Clint Eastwood, por INVICTUS
Jason Reitman, por UP IN THE AIR
Quentin Tarantino, por SACANAS SEM LEI

MELHOR ARGUMENTO
Neill Blomkamp e Terri Tatchell, por DISTRITO 9
Mark Boal, por ESTADO DE GUERRA
Quentin Tarantino, por SACANAS SEM LEI
Nancy Meyers, por IT'S COMPLICATED
Jason Reitman e Sheldon Turner, por UP IN THE AIR

MELHOR FILME ESTRANGEIRO
ABRAÇOS DESFEITOS (Espanha)
BAARÌA (Itália)
DAS WEISSE BAND — THE WHITE RIBBON (Alemanha)
LA NANA (México)
UN PROPHÈTE (França)

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
CLOUDY WITH A CHANCE OF MEATBALLS
CORALINE E A PORTA SECRETA
FANTASTIC MR. FOX
A PRINCESA E O SAPO
UP — ALTAMENTE!
Mais uma noite de vigília para o CPS...

O meu silêncio pelo Haiti




SEARAS DE TEMPO



20.


Da luz, em dedos leves, pinceladas;
da forma, em esboços breves, os contornos;
do som, em ziguezague, pio e choro e
latidos ao longe, longos laivos
em matizes candentes. Tela e pauta.

No incerto da hora me reclino e
palavra a palavra, em arabescos
deslizo no poema. Canto e calo.
Imprecisa e transparente ficarei
na sugestão de mim, enquanto aqui.

E se alguém me reler, nesse momento
terá que ouvir e ver, também atento,
pelo vidro que sou, o que senti.


* Luísa Freire (n. 1933)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Letters for dead people



Espero que cheguem ao seu destino...


A cor do horto gráfico


Inovando a materna Língua Portuguesa e, dada a importância do texto e a ajuda que alguns elementos provenientes do Brasil e PALOP (países africanos de língua oficial portuguesa) podem dar aos colegas, assim como ao professor Carlos Reis e à escritora Lídia Jorge, aqui ficam as principais actualizações, perdão, digo atualizações...

Última actualização do dicionário de lingua Portuguesa:


Testículo: Texto pequeno
Abismado: Sujeito que caiu de um abismo
Pressupor: Colocar preço em alguma coisa
Biscoito: Fazer sexo duas vezes
Coitado: Pessoa vítima de coito
Padrão: Padre muito alto
Estouro: Boi que sofreu operação de mudança de sexo
Democracia: Sistema de governo do inferno
Barracão: Proíbe a entrada de caninos
Homossexual: Sabão em pó para lavar as partes íntimas
Ministério: Aparelho de som de dimensões muito reduzidas
Detergente: Acto de prender seres humanos
Eficiência: Estudo das propriedades da letra F
Conversão: Conversa prolongada
Halogéneo: Forma de cumprimentar pessoas muito inteligentes
Expedidor: Mendigo que mudou de classe social
Luz solar: Sapato que emite luz por baixo
Cleptomaníaco: Mania por Eric Clapton
Tripulante: Especialista em salto triplo
Contribuir: Ir para algum lugar com vários índios
Aspirado: Carta de baralho completamente maluca
Assaltante: Um 'A' que salta
Determine: Prender a namorada do Mickey Mouse
Ortográfico: Horta feita com letras
Destilado: do lado contrário
Pornográfico: O mesmo que colocar no desenho
Coordenada: Que não tem cor
Presidiário: Aquele que é preso diariamente
Ratificar: Tornar-se um rato
Violentamente: Viu com lentidão

Intervalo

Hoje sinto-me assim - fatigado de gente...

Finisterra



15.

os pássaros adormecem na finisterra
dos dedos como se, por milagre, o mar
acabasse e o corpo de pele fosse o
único templo vivo.

a arte do oleiro na velha guarda
dos sentidos.


Jorge Vicente,

em Hierofania dos Dedos

ed.Temas Originais,Lda,2009

Te Deum (Eric Rohmer)


«Não devo o meu sucesso aos subsídios do estado, mas a um público com fé que me sustenta.»

Nome incontornável para o reconhecimento mundial do movimento Nouvelle Vague, Éric Rohmer destacou-se por imprimir, em todos os seus filmes, a noção de que o quotidiano humano é dominado pelo conceito da viagem, seja ela espacial, temporal ou, numa análise mais profunda, existencial. Cineasta desafiador e enigmático, a sua vida foi um compêndio de segredos e estórias que, com o seu desaparecimento, nunca encontrará as respostas definitivas.

Da sua filmografia, que se estende por mais de quarenta anos, abundam as séries temáticas. Essencialmente, "Seis Contos Morais", de onde sobressai MA NUIT CHEZ MAUD (1969), e os "Contos das Quatros Estações", películas realizadas durante a década de 90.

Faleceu ontem, em Paris, aos 89 anos de idade.


(Do magnífico blogue sobre Cinema, Keyser Soze's Place)

Marilyn(inha)

Hurray for Hollywood

domingo, 10 de janeiro de 2010

Poemas no ar


O menino estava a brincar na neve
Passei por ali com uma lâmina de gelo
na mão
escrevendo poemas no ar
O que estás a fazer? perguntou-me o menino
que brincava na neve
Escrevo poemas no ar
não vês?
Sim, vejo
mas isso vai gelar-te a mão
disse-me o menino que estava a brincar na neve

Pentti Saariskoski
(versão de LP a partir da tradução espanhola de Fernando J. Uriz, reproduzida em Afinidades afectivas - antologia de la poesia nórdica, prólogo, selecção e tradução de Francisco J. Uriz, Libros del Innombrable, Saragoça, 2002, p. 91).

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O erro de Picasso


Picasso
erra
quando pinta
e erra
quando ama.

Mas quando erra,
erra
violenta e
generosamente,
erra
com exuberante
arrogância,
erra
como o touro erra
seu papel de vítima,
sangrando
quem, por muito amar, fere
e sai ovacionado
com banderilhas na carne.

Pintor do excesso
e exuberância,
Picasso
é extravagância.
Ele erra,
mas nele,
o erro
mais que erro
- é errância.

Affonso Romano de Sant'Anna

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Estar sem ti



Estar sem ti, C.
não tem explicação...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Cortar o tempo


"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente.
Desejo-te o sonho realizado. O amor esperado. A esperança renovada.

Desejo-te todas as cores desta vida. Todas as alegrias que puderes sorrir, todas as músicas que te puderem emocionar.

Para ti neste novo ano, desejo que os amigos sejam mais cúmplices, e que sejas mais amiga dos teus amigos, que a tua família esteja mais unida, que a tua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de te desejar tantas coisas.

Mas nada seria suficiente para repassar o que realmente te desejo.

Então, desejo apenas que tenhas muitos desejos. Desejos grandes e que eles te possam mover a cada minuto, rumo à sua felicidade!"


Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Há tantas cobras no (...) caminho


Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo.
Ele fugia com medo da feroz predadora, mas a cobra não desistia.
Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer-te três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou comer,
podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te algum mal?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?

- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!

sábado, 2 de janeiro de 2010

A viagem


Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E da ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa
(20-9-1933)

O 2º dia

(carregue na figura e verá moinhos de Quixote)
Não se acostume com o que não o faz feliz,
revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca! Se o achar, segure-o!

Fernando Pessoa

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

31 faróis, nova estação


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Habemus Ano Novo
Que a luz dos vossos faróis não vos falte nunca...